quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Rosa, a serial killer

Se há coisas secantes, uma delas é o tempo de antena. Mas como não há cabo e na 2: está a dar o programa religioso ou lá o que é, não há muita alternativa. Ontem, pelo Não Obrigada, falou Rosa Peres. Rosa, em nome da comum mulher portuguesa, dizia que votaria não no referendo, porque um aborto é uma coisa que marca a mulher para toda a vida. Tirando o facto de que quase se dá a parecer que um filho não marca uma pessoa para todo o sempre, enervei-me com a mulher. Não se deve abortar, por ser um acto estigmatizante. Depois, como que passando uma borracha em todo o seu discurso, acrescenta: "Eu fiz SETE ABORTOS", creio que em menos de oito anos. Todo um recorde! Faz sete abortos e depois vem dizer que é uma situação que marca uma pessoa. Ó Rosa, sete abortos em oito anos não é estigmatizante, é rotina!! A minha média de idas ao cabeleireiro é menor que isso. E ainda por cima está pelo não!! Suponho que esteja ciente que, com a lei actual, quem aborta pode ser preso. Sete abortos e vota não. Grande moral. Defendendo a continuação da penalização do aborto, esta senhora seria de qualificar, por ela própria, como uma verdadeira serial killer. Dada a sua posição, cometeu sete crimes em menos de uma década. Não foi penalizada, mas quer que as mulheres que fazem um único aborto (porque nem sempre tudo corre bem) ao longo da sua vida paguem por isso.

2 comentários:

Müs disse...

É a hipocrisia do não no seu melhor.

Michael Bains disse...

You are so right. His reactionary social "moral" views make him want to criminalize her mental and physical health needs.

He needs to retire to a small community where he can donate his Faith and Practice to people of like minds and still live comfortably.