sábado, 23 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
Gay...
Lá fora, um gajo, com uma t-shirt da selecção italiana, chupa desalmadamente um cálipo de coco-cola.
Procura-se tacho
Estava para aqui a escrever umas cartas a reclamar de um tacho que eu ganhei e que teimam em não me dar e comecei a pensar em alternativas de futuro, o que é que hoje em dia não está “em crise” neste país. Não fossem as propinas e tirava outro curso, desta vez fácil e em bolonhês, versão instantânea.
Veio-me à memória a puta de beira de estrada que costumo encontrar quando viajo entre duas das minhas cidades favoritas. Costumo reparar, não há melhor referência para street fashion. Da última vez não tinha um, mas dois clientes de plantão no seu “escritório”. Deviam ser “sócios”, ou pelo menos tinham renault’s kangoo brancas. Estavam as portas de trás escancaradas e viradas uma para a outra. As das carrinhas, porque a puta devia andar lá aos solavancos dentro, coisa que eu, como ia a conduzir, não reparei.
Ora, o negócio não deve andar mau. Lá porque os filhos estão no poder, não quer dizer que elas não tenham de ganhar o pão. E ganham. Esta agora até já tem um guarda sol novo. Em vez daquele rosa descorado, todo roto e castigado pelo clima, este agora é verdinho limão, para se ver bem ao longe e não se confundir com a concorrência que, uns metros à frente, sinaliza o spot com umas fitas plásticas vermelhas (às tantas, algum bófia que tinha um rolo a mais no jipe). Mas esta puta evoluiu. Já tinha uma cadeira para as horas de descanso e agora tem um guarda sol para aquelas tardes mais quentes.
Esta gente faz o dinheiro circular. Esta gente paga impostos. Esta gente é gente. E se fosse eu mandar, esta gente tinha direitos. Porque se a putice é tão ou mais antiga que a advocacia, porque é que uma há-de ter Ordem e outra não? Defendo, aqui e agora, a criação de uma Ordem das Prostitutas Portuguesas (OPP) ou Ordem das Putas (OP), para o mais preguiçosos. Uma Ordem que confira direitos e obrigações a esta gente que trabalha a qualquer hora, sob qualquer condição, por meia dúzia de euros.
Teria de se começar pela inscrição da puta (homem/mulher) num registo a nível nacional. Só depois de registadas é que as putas poderiam ter acesso à OP. Pagariam uma propina, para ajudar a suportar as despesas da instituição.
A primeira fase, teórica, duraria no máximo 6 meses e iria abranger matérias como teoria do sexo, o que eles/elas gostam, mimos antes e depois, pontos erógenos, higiene, segurança e saúde no trabalho, deontologia puticional, métodos contraceptivos, adereços sexuais, taras e manias, e cenas do género. Seria leccionada por putas de renome nacional e internacional, como a Caneças, as pituxas e mituxas, a txitxolina, a Ruby, a Bruna surfistinha e gente do género. Aquela do extinto clube das virgens estaria excluída da equação, pelo menos enquanto formadora.
Após a frequência da primeira fase deste curso, a puta seria submetida a um teste escrito sobre as matérias leccionadas. Em caso de chumbo, poderiam repetir a prova uma vez. Ao segundo chumbo teriam de repetir a fase teórica.
Tendo obtido aproveitamento, passar-se-ia a uma segunda fase, prática, que poderia ir até aos 2 anos. Nesta, as putas seriam distribuídas por bordéis – consoante a nota obtida na 1ª fase - (devidamente licenciados para o efeito) espalhados por todo o país e ficariam, cada uma, a cargo de um patrono (chulo) que lhe garantiria segurança, alimentação e alojamento e esclareceria dúvidas em relação à matéria. Uma vez destacadas, iriam aplicar os conhecimentos adquiridos na primeira fase, com a supervisão do patrono. Teriam de foder de toda e qualquer maneira e feitio, com todo o tipo de gente: branco, preto, castanho, homem, mulher, gordos, magros, atrasados, super dotados, aleijadinhos. Teriam de fazer uso de todas as posições e adereços já abordados e deixar os clientes, que fariam a avaliação do acto em si, satisfeitos. A reclamação do cliente baixaria a média final do estágio da puta. A puta teria de apresentar relatório final de estágio com o número e descrição das intervenções efectuadas. Para avaliação prática das restantes matérias teria sempre palavra o respectivo chulo, que também teria de testar o material e acompanhou de perto o estágio da puta.
Sendo opinião do chulo que sua puta se encontra preparada para “A vida”, esta faz o pedido à OPP para que possa realizar o exame final a fim de obter o certificado profissional de puta portuguesa. O exame final será prático, incluindo matérias leccionadas na primeira fase e que vai desde o momento em que entra no quarto de desempenho (“escritório”) até ao momento em recebe o dinheiro e bate com a porta, depois do acto consumado. Tem de respeitar as regras de higiene e protecção de doenças sexualmente transmissíveos, tem de ser cordial com o cliente, há que saber despir e ser despido, blá, blá, blá…
A puta-mulher terá que foder um gay muito gay (de preferência “buchona”) e fazer com que este se venha e se mostre satisfeito. A puta/homem terá que foder o que lhe aparecer à frente e menos lhe aprouvesse, fosse homem, mulher, besta ou buraquinho na parede, e orgasmar-se e orgasmar o/a cliente, até não poder mais. Em caso de chumbo, a prova poderia ser repetida 2 vezes, sempre em dias diferentes para não causar cansaço ou acidente de trabalho.
A avaliação seria efectivada numa escala de 0-20, fazendo média dos dois exames, sendo que a proporção 35% para a fase teórica e 65% para a fase prática. Dependendo da nota, poderiam, no exercício da profissão, cobrar mais ou menos aos clientes, pela qualidade dos serviços.
Passada a prova, teriam direito a um certificado, emitido pelas entidades competentes, que lhe dariam o privilégio de trabalhar num bordel licenciado e a consultas médicas periódicas. Teria que pagar quotas, conforme o escalão dos rendimentos e dar parte do que ganha ao bordel que a acolheu, para despesas básicas. Declararia como prestadora de serviços, faria seus descontos para a segurança social, teria direito a subsídio de desemprego. Enfim, poderia contribuir de forma justa para o peso da dívida pública portuguesa.
Isto, se fosse eu mandar. Mas ainda não mando. E por isso, uma puta é uma puta e nada mais que isso.
Será melhor continuar a mandar CV's....